ATLAS DE HISTOLOGIA VETERINÁRIA

Fábio Abade dos Santos & Mário Pinho


Universidade Técnica de Lisboa     Faculdade de Medicina Veterinária

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Aparelho Respiratório

Em todos os mamíferos, o aparelho respiratório é constituído por uma porção condutora que compreende uma série de condutos (cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos) percorridos pelo ar e uma porção respiratória, constituída apenas por estruturas intrapulmonares e que inclui os bronquíolos respiratórios (ausentes nalgumas espécies), os canais alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos. Na porção condutora ar inspirado é aquecido, humedecido e filtrado. A porção respiratória é o local onde se realizam as trocas gasosas entre o ar exterior e o sangue.
O epitélio que forra interiormente a maior parte da porção condutora é do tipo respiratório, isto é, pseudo-estratificado, cilíndrico ciliado com células caliciformes. Nalgumas zonas, porém, é estratificado pavimentoso (vestíbulo das cavidades nasais, epiglote e pregas vocais), cilíndrico ou cúbico simples (bronquíolos) ou pseudo-estratificado com elementos neurosensoriais (mucosa olfativa).
Os vários segmentos da porção condutora exibem outras particularidades na composição e estrutura. Importa mencionar, por exemplo, (i) o esqueleto ósseo e cartilagíneo que modela as cavidades nasais, (ii) as várias cartilagens hialinas e elásticas da parede da laringe, (iii) os anéis de cartilagem hialina que sustentam a mucosa traqueal, (iv) os nódulos e placas cartilagíneas dos brônquios que se tornam progressivamente mais pequenos e em menor número à medida que aqueles se ramificam e diminuem de calibre, (v) a túnica muscular que nos bronquíolos assume uma espessura relativa considerável e (vi) as glândulas que sendo numerosas nas porções proximais da porção condutora, desaparecem ao nível dos bronquíolos.
Quanto à composição e estrutura do parênquima respiratório do pulmão, importa referir as estruturas terminais responsáveis pelas trocas gasosas: os alvéolos. Estas pequenas bolsas semelhantes a um favo de colmeia, aberto de um lado, possuem uma parede delicada, comum a alvéolos adjacentes e, por isso, chamada de septo interalveolar. No seio desta parede há uma rica rede de capilares sanguíneos que, em muitos pontos, contacta com o epitélio que reveste a superfície interna do alvéolo.